Comum

ensaio sobre a revolução no século XXI

Christian Laval, Pierre Dardot

R$ 95,00 Comprar

Comum
  • autor: Christian Laval
    Pierre Dardot
  • tradutor: Mariana Echalar
  • orelha: Eleutério Prado
  • quarta capa: El País
    Libération
  • apoio: Institut Français
título original:
Commun : essai sur la révolution au XXIe siècle
edição:
1
coleção:
Estado de Sítio
selo:
Boitempo
páginas:
534
formato:
21cm x 14cm x 3cm
peso:
687 Gramas
ano de publicação:
2017
encadernação:
Brochura
ISBN:
9788575595817

Dardot e Laval mostram que esse princípio não só articula as lutas práticas contra o capitalismo e os estudos sobre o governo coletivo de recursos, como aponta novas formas democráticas. O comum está na atividade dos seres humanos, porque só a prática pode decidir o que é "comum" e produzir regras de responsabilização a seu respeito. Nesse sentido, o comum demanda uma revolução.

 

Nesta obra, os autores de A nova razão do mundo dão sequência a essa renovação da crítica social, propondo uma alternativa política ao neoliberalismo. Essa emergência do comum na ação pede um trabalho de esclarecimento no pensamento. O sentido atual de comum distingue-se dos diversos usos dessa noção no passado, sejam filosóficos, jurídicos ou teológicos: bem supremo da cidade, universalidade da essência, propriedade inerente a certas coisas, ou, até mesmo, fim almejado pela criação divina.

 

Há, no entanto, outro fio, que liga o comum não à essência dos seres humanos nem à natureza das coisas, mas à atividade dos próprios seres humanos: apenas uma prática de colocar em comum pode decidir o que é comum, reservar certas coisas para o uso comum, produzir regras capazes de submeter os seres humanos. Nesse sentido, o comum clama por uma nova instituição da sociedade por ela mesma: uma revolução.

 

Pierre Dardot e Christian Laval querem mostrar que o princípio político do comum se impõe atualmente como questão central da alternativa política para o século XXI. A prática social anticapitalista já tem mostrado que as lutas sociais visam e devem visar à instituição de "comuns", isto é, a disponibilidade para as pessoas dos meios materiais e imateriais necessários a suas atividades coletivas - não, portanto, como propriedade privada ou como propriedade estatal. O princípio do comum radicaliza a democracia ao instituir o autogoverno das pessoas, que, assim, realizam a própria libertação, seja da dominação explícita do Estado, seja da dominação abstrata do sistema econômico vigente.

 

O livro Comum quer "refundar de maneira rigorosa o conceito de comum". Quer, assim, responder a um anseio generalizado por novas formas de vida em que mulheres e homens se realizem como seres humanos num mundo ecologicamente preservado. Essas formas já estão nascendo, por meio das lutas travadas pelos movimentos ambientais e sociais no mundo. Há um caminho mau, que mantém as pessoas na alienação e desemboca no "reino tirânico e cada vez mais absoluto do capital". Há, porém, um caminho bom, que pode ser percorrido por uma revolução democrática e anticapitalista. É por essa última senda que os autores nos convidam a trilhar.

 

[Baseado no texto de orelha de Eleutério F. S. Prado]