De que lado você está?

reflexões sobre a conjuntura política e urbana no Brasil

Guilherme Boulos

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De que lado você está?
  • autor: Guilherme Boulos
  • orelha: Leonardo Sakamoto
  • posfácio: André Singer
edição:
1
selo:
Boitempo
páginas:
144
formato:
23cm x 16cm x 1cm
peso:
238 Gramas
ano de publicação:
2015
encadernação:
Brochura
ISBN:
9788575594407

'As cidades tornaram-se barris de pólvora, prestes a explodir.'

Guilherme Boulos é considerado uma das lideranças sociais mais importantes no Brasil nos últimos anos. Isto porque a questão da qualidade de vida nas grandes cidades tornou-se um dos principais palcos de disputa no país - e os sem-teto, efeito colateral do desenvolvimento das últimas décadas, organizados ou não, hoje se juntam aos milhões. A figura do jovem líder do MTST despontou com força há pouco mais de um ano, quando o impacto de algumas expressivas mobilizações de rua e a ocupação de um vasto terreno perto do estádio onde se daria a abertura da Copa do Mundo lhe deram grande visibilidade.

 

Segundo o próprio autor, De que lado você está? 'é uma obra de intervenção, que propõe saídas à esquerda para os desafios que a explosiva conjuntura brasileira nos oferece'. Boulos não pretende criar consensos, mas sim tomar partido no dissenso, desconstruindo o preconceito e a cultura do comodismo, transmitidos por família, amigos, escola, igreja e mídia e absorvidos pela sociedade em geral. 'A burguesia brasileira pede um Estado mínimo e enxuto para o povo, mas desde sempre teve para si um Estado máximo. Privatizar os lucros e socializar o prejuízo, esta é sua diretriz', afirma

 

.Publicados originalmente em sua coluna no site do jornal Folha de S.Paulo - além de alguns inéditos -, os artigos combinam a legitimidade de quem vive o dia a dia de ocupações e despejos à reflexão teórica de sua formação como filósofo e à didática de sua experiência como professor. Muitas vezes os textos recorrem à ironia e ao sarcasmo para furar barreiras que impedem a compreensão de sua visão da realidade atual - e não poupam, por exemplo, os dirigentes do sistema de transporte público e os que se beneficiam com a crise da falta de água.

 

O livro se divide em três partes: 'Barril de pólvora', com textos sobre questões urbanas, 'Estopins', sobre questões políticas, e 'Artilharia', centrada na crítica de expoentes da conjuntura brasileira atual, entre eles Reinaldo Azevedo, Eduardo Cunha e Gilmar Mendes. Tudo isso é precedido por uma Apresentação, assinada pelo autor, na qual ele expõe sua visão geral da realidade sobre a qual se debruça e esclarece a articulação entre os textos: 'Se falar de barril de pólvora, estopins e artilharia pode soar normal nos dias de hoje é porque vivemos um momento de conflagração, de crise de modelo. Essa crise é o fio-condutor que perpassa os artigos aqui reunidos'.

Trecho do livro

Com clareza e propriedade, suas reflexões oferecem um complexo retrato da construção da realidade do Brasil de hoje, da qual é um dos agentes, e da importância dos movimentos sociais para nossa sociedade. E reafirmam que a esquerda brasileira 'não está morta', apesar de seus críticos e da necessidade de retomada do que ele define como 'caminho perdido'. 'Deve ser lido e guardado, pois ainda ouviremos falar muito do autor, para observar a trajetória dessa promessa oferecida pelo tempo presente', afirma André Singer, no posfácio