Margem Esquerda 15

Dossiê: Teorias do estado na America latina hoje

R$ 47,00 Livro Indisponível Avise-me quando chegar

Margem Esquerda 15
  • entrevista: José Saramago
  • dossiê: Alvaro Garcia Linera
    Marcio Pochmann
    Mabel Thwaites Rey
  • artigos: David Harvey
    Michael Löwy
    Anita Simis
    Sérgio De Souza Brasil Silva
    Luiz Bernardo Pericás
  • homenagem: Miguel Urbano Rodrigues
  • comentário: Nicolas Tertulian
  • resenhas: Antonino Infranca
    Plínio de Arruda Sampaio Jr.
    Mauro Iasi
  • poesia: Armando List Arzubide
  • imagens: Regina Silveira
edição:
15
coleção:
Margem Esquerda
selo:
Boitempo
páginas:
168
formato:
16cm x 23cm x 1cm
peso:
100 Gramas
ano de publicação:
2010
encadernação:
Brochura
ISBN:
9771678768400

O papel transformador do Estado ressurge nas perspectivas de transformação social com experimentos institucionais democráticos na América Latina. Desenvolvimento, democracia e bem-estar social convivem, sob tensão, nas propostas políticas de países como Bolívia, Brasil e Equador. Na tradição marxista, as experiências latino-americanas viram as páginas do Estado mínimo neoliberal e do socialismo de Estado soviético. A Margem Esquerda se propõe a discutir as possibilidades e os dilemas de transformação relacionados ao novo tipo de Estado da América Latina.


O desenvolvimento criativo é irregular no continente. O dossiê deste número, sobre teorias do Estado na América Latina hoje, apresenta visões distintas sobre o papel dos instrumentos de poder na economia e na política. Traz a transcrição do discurso do vice-presidente boliviano, Álvaro García Linera, ao receber o título de doutor honoris causa na Universidade de Buenos Aires, que define as possibilidades de transformação social por meio de políticas estatais. Especialmente em países como Bolívia e Equador pretende-se refundar o Estado para construir instituições adequadas à representação da massa da população, especialmente a nativa, e não mais de elites minoritárias. O economista Marcio Pochmann coloca os desafios do Estado para corresponder aos projetos de desenvolvimento no Brasil, sobretudo no governo de Dilma Rousseff. A socióloga argentina Mabel Thwaites Rey monta uma síntese crítica das teorias marxistas clássicas e das novas contribuições dos processos inovadores na América Latina.

As ilustrações desta edição, de Regina Silveira selecionadas pelo artista plástico Sérgio Romagnolo, remetem aos novos rumos e desafios latino-americanos. Nascida em 1939, no Rio Grande do Sul, a artista se coaduna a uma redisposição das linhas modernistas, em assemblages aparentemente incoerentes. Em texto de 1997, o historiador e crítico de arte Walter Zanini afirmou que a obra de Regina Silveira lembra uma geometria do absurdo, com elementos de ordem emotiva e sensorial que parodiam as linhas fechadas.

Esta Margem Esquerda também conta com uma entrevista concedida por José Saramago que morreu em junho deste ano em Lanzarote, nas Ilhas Canárias (Espanha), aos 87 anos em junho de 1992, ano de lançamento do romance O Evangelho segundo Jesus Cristo.

A seção de artigos se inicia com reflexões de David Harvey e Michael Löwy, dois dos principais pensadores marxistas da atualidade. Harvey reconstrói a teoria da mudança social marxiana e discute a organização da transição anticapitalista. Salienta a dialética entre esferas do sistema de relações sociais, contradições fundamentais do capitalismo e campos de luta abertos para movimentos sociais e partidos de esquerda. Löwy reconstitui o pensamento de Rosa Luxemburgo, tomando como fio condutor a leitura do marxismo como filosofia da práxis, que percorre o conjunto da obra da revolucionária polonesa, em especial os textos redigidos após o advento da Primeira Guerra Mundial, como A crise da social-democracia. Completam a seção textos de Anita Simis, sobre o impacto do celular na produção e difusão do entretenimento; de Sérgio de Souza Brasil, sobre a crítica do progresso de Walter Benjamin; e de Luiz Bernardo Pericás, sobre José Carlos Mariátegui e o México.

Margem Esquerda traz uma homenagem de Miguel Urbano Rodrigues ao marxista francês Georges Labica, recentemente falecido. Na seção Comentário , Nicolas Tertulian apresenta a correspondência de Ernst Bloch a diversos pensadores marxistas, especialmente Lukács. Este número traz ainda resenhas de Antonino Infranca, Mauro Iasi e Plínio de Arruda Sampaio Jr., tratando, respectivamente, dos fenômenos do stalinismo, do capital-imperialismo e da crise estrutural do capital. A revista fecha com uma poesia popular mexicana, Corrido da morte de Zapata, de Armando List Arzubide. Selecionado e traduzido por Flávio Aguiar, o poema é uma homenagem ao centenário da Revolução Mexicana.

Ivana Jinkings e João Alexandre Peschanski

Sumário da Edição

ENTREVISTA
José Saramago
IVANA JINKINGS

DOSSIÊ: TEORIAS DO ESTADO NA AMÉRICA LATINA HOJE
A construção do Estado
ÁLVARO GARCÍA LINERA

O Estado e seus desafios na construção
do desenvolvimento brasileiro
MARCIO POCHMANN.

O Estado em debate: transições e contradições
MABEL THWAITES REY

ARTIGOS
Organizando para a transição anticapitalista
DAVID HARVEY

A centelha se acende na ação: a filosofia da práxis no pensamento de Rosa Luxemburgo
MICHAEL LÖWY

Celular móvel: outra morada de entretenimento
ANITA SIMIS

A barbárie como civilização:
Walter Benjamin e a tragédia humana
SÉRGIO DE SOUZA BRASIL SILVA

José Carlos Mariátegui e o México
LUIZ BERNARDO PERICÁS

HOMENAGEM
Homenagem a Georges Labica na Universidade de Argel
MIGUEL URBANO RODRIGUES

COMENTÁRIO
Ernst Bloch e György Lukács, paradoxos de uma amizade
NICOLAS TERTULIAN

RESENHAS
Stalin e a ditadura sobre o proletariado
ANTONINO INFRANCA

A natureza da crise e os dilemas da revolução
PLÍNIO DE ARRUDA SAMPAIO JR.

O capital-imperialismo: determinações
econômicas e formas políticas
MAURO LUIS IASI

POESIA
Corrido da morte de Zapata
ARMANDO LIST ARZUBIDE

APRESENTAÇÃO DAS IMAGENS
Quebra-cabeça da América Latina (continua...)
REGINA SILVEIRA