Margem Esquerda 24

Dossiê: Cidades em conflito, conflitos nas cidades

VARIOS

R$ 47,00 Livro Indisponível Avise-me quando chegar

Margem Esquerda 24
  • autor: VARIOS
selo:
Boitempo
idioma:
Português
páginas:
160
formato:
16cm x 23cm x 0cm
peso:
252 Gramas
ano de publicação:
2015
encadernação:
Brochura
ISBN:
9771678768400

A Boitempo Editorial, que completa 20 anos de atividade em 2015, lança em junho a 24ª edição da Revista Margem Esquerda. São muitas as formas de discutir as cidades. O dossiê desta edição, “Cidades em conflitos, conflitos nas cidades”, organizado por João Sette Whitaker Ferreira, com a colaboração de Karina de Oliveira Leitão, o faz por meio da análise da crise no espaço urbano e dos conflitos dela decorrentes.

Embora com enfoques diversos, os textos de Agnes Deboulet, Flávio Villaça, Gabriel De Santis Feltran e Tom Angotti concordam que a segregação urbana se intensifica com a desigualdade social e colocam em pauta formas, soluções e modelos de organização do espaço público, buscando enfrentar os impasses do presente e os desafios do futuro.

Ilustra o dossiê um ensaio do fotógrafo Mauro Restiffe, que, segundo o editor de imagens Sergio Romagnolo, “mostra a sua e a nossa perplexidade diante do mundo, de Moscou ao Complexo da Maré”. A fotografia de Restiffe é química, como aquela inventada há 150 anos.

Para analisar as metrópoles como palco de conflitos, não poderia faltar a figura da polícia, a parte mais visível do aparelho repressivo do Estado. Assim, na seção Artigos, os leitores encontrarão o texto “Por que tem sido tão difícil mudar as polícias?”, de Luiz Eduardo Soares. Esta Margem enfrenta também o difícil tema da xenofobia, do avanço do neofascismo e do fortalecimento de partidos da extrema-direita na Europa. O sociólogo italiano Pietro Basso aponta a intensificação do racismo de Estado, contra o qual emerge um antirracismo de classe capaz de aproximar trabalhadores nacionais e imigrantes.

Ainda na seção Artigos, Mario Duayer contribui com “Jorge Luis Borges, filosofia da ciência e crítica ontológica”, em que vai da literatura à filosofia da ciência para sustentar o caráter incontornável da razão para a práxis transformadora. Já Michael Löwy nos brinda com um texto sobre Lucien Goldmann, intelectual marxista nascido em 1913, na Romênia, que estudou a filosofia de Kant e o pensamento de Lukács, mas se interessava também pela visão trágica de mundo dos jansenistas e de Pascal.

O entrevistado desta edição é o intelectual nova-iorquino Immanuel Wallerstein, uma das principais referências teóricas dos movimentos antiglobalização, de quem a Boitempo publicou o livro O universalismo europeu, em 2007. Na entrevista – realizada por Daniel Bin, com a colaboração de Emir Sader, João Alexandre Peschanski e Luiz Bernardo Pericás –, Wallerstein fala sobre sua formação, a crise estrutural do sistema-mundo e questões relacionadas à política internacional dos Estados Unidos.

Na seção Clássico temos um verbete enciclopédico escrito pelo revolucionário russo Leon Trotski sobre outro genial líder bolchevique, Vladimir Ulianov Lenin. Escrito em 1926 para a 13ª edição da Enciclopédia Britânica, o texto foi traduzido por José Eudes Baima Bezerra e editado por Alexandre Linares.

As Homenagens são para Leandro Konder, morto em novembro de 2014 – “outro revolucionário cordial”, nas palavras de José Paulo Netto –, que reuniu, como poucos, firmeza teórica e gentileza, na mais fiel tradução da máxima “hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás” – e para o escritor uruguaio Eduardo Galeano, morto em 13 de abril de 2015. O autor de As veias abertas da América Latina é lembrado em texto de Emir Sader. Esta edição traz ainda uma resenha do livro Intérpretes do Brasil, organizado por Luiz Bernardo Pericás e Lincoln Secco, e quatro notas de leitura, além de um poema do tunisiano Aboul-Qacem Echebbi, traduzido por Flávio Aguiar..

No ano em que celebramos sete décadas da vitória dos Exércitos Vermelhos sobre o eixo nazifascista e quatro da vitória vietnamita sobre os Estados Unidos, recordamos com pesar as mortes de Roque Dalton – comunista, poeta, pensador e revolucionário salvadorenho –, assassinado em 1975, e de Inês Etienne Romeu. Ex-dirigente da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) e única sobrevivente da Casa da Morte, em Petrópolis – aparelho clandestino de tortura do regime militar que executava presos políticos –, Inês faleceu no dia 27 de abril, em Niterói, aos 72 anos. Esta edição é dedicada a eles, e também a Konder, Galeano e tantos outros que empenharam sua vida em fazer deste um mundo mais justo e igualitário.
 

Sumário da edição

Dossiê: Cidades em conflito, conflitos nas cidades 

Entrevista 

Immanuel Wallterstein 

Daniel Bin 

Dossiê 

Apresentação

João Sette Whitaker Ferreira (organização) e Karina De Oliveira Leitão (colaboração) 

O território e a demoninação social 

Flávio Villaça 

América Latina urbana: violência, enclaves e lutas pela terra 

Tom Angotti 

Espaços em disputa e a contestações 

Agnes Deboulet 

Conflito urbano e gramáticas de mediação 

Gabriel De Santis Feltran 

Artigos 

Racismo de Estado e antirracismo de classe na Europa 

Pietro Basso 

Por que tem sido tão difícil mudar as políticas? 

Luiz Eduardo Soares 

Jorge Luis Borges, filosofia da ciência e crítica ontológica : verdade e emancipação 

Mario Duayer 

Lucien Goldmann, marxista pascaliano 

Michael LÖwy 

Clássico 

Apresentação 

Alexandre Linares 

Lenin 

Leon Trotski 

Homenagem 

Leandro Konder, outro revolucionário cordial 

José Paulo Netto 

Eduardo Galeano, as nossas veias 

Emir Sader 

Resenha 

Um novo olhar sobre a história do pensamento brasileiro 

Apoena Cauto Cosenza

Notas de Leitura 

Agronegocio e a luta de classes 

Silvia Adoue

A construção política do Brasil 

Maria De Lourdes Rollemberg Mollo 

Mulher, Estado e revolução 

Daniela Lima

A escória do mundo 

Fábio Marcaro Querido 

Poema 

Aos tiranos do mundo 

Aboul- Qacem Echebbi