Margem Esquerda 31

Dossiê: crise brasileira

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Margem Esquerda 31
  • entrevista: Moishe Postone
  • dossiê: Armando Boito Jr.
    Giovanni Alves
    Antonio Carlos Mazzeo
    Gilberto Bercovici
    Ludmila Costhek Abílio
  • especial: David Harvey
    Elmar Altvater
    Ricardo Antunes
  • homenagem: Gianni Fresu
  • artigos: Marco Aurélio Santana
    Carolina Pinho
    George Augusto Do Amaral
  • documento: Fernando Martínez Heredia
  • resenhas: Ricardo Musse
    Pedro Rocha de Oliveira
  • nota de leitura: Luiz Bernardo Pericás
  • poesia: Mario Benedetti
  • imagens: Sérgio Sister
edição:
coleção:
Margem Esquerda
selo:
Boitempo
páginas:
1680
formato:
23cm x 16cm x 1cm
peso:
275 Gramas
ano de publicação:
2018
encadernação:
Brochura
ISBN:
9771678768400

Em meio a uma das mais graves crises da jovem democracia brasileira e às vésperas de uma eleição presidencial conturbada, o dossiê desta edição, organizado pelo sociólogo Antônio Carlos Mazzeo e pelo historiador Luiz Bernardo Pericás, traz uma análise do atual momento histórico nacional, sumariando questões candentes que compõem os elementos complexos de uma crise social de profunda intensidade.


Em texto de sua autoria, Mazzeo apresenta as origens histórico-ontológicas da autocracia burguesa brasileira, que constituem a base material e política do Estado e do atual momento histórico nacional. O sociólogo Giovanni Alves expõe as condições históricas e objetivas das complexas relações sociais que configuram a precariedade do trabalho, a partir do fim da década de2010, ao passo que a economista Ludmila Costhek relata a condição concretada flexibilização do trabalho, particularmente nas relações do trabalho feminino. À luz da contemporaneidade, o jurista Gilberto Bercovici aborda a Constituição de 1988, demonstrando seus limites diante de governos subsumidos a lobbies político-parlamentares, vinculados às classes dominantes. Por fim, o cientista político Armando Boito Jr. polemiza com a ideia da existência de uma crise de representatividade na política brasileira, procurando demonstrar os vínculos político-ideológicos das diversas frações, extratos e classes sociais em relação a determinados partidos e projetos político-econômicos específicos.

Além do dossiê principal, este número traz um especial dedicado ao bicentenário de Marx, com artigos do geógrafo britânico David Harvey, do professor de ciência política alemão Elmar Altvater (recentemente falecido) e do sociólogo brasileiro Ricardo Antunes. O entrevistado é Moishe Postone, um dos mais originais intérpretes da teoria crítica marxiana. Postone, que nos deixou em março deste ano, concedeu no segundo semestre de 2017 essa longa entrevista aos pesquisadores Ana Carolina Gonçalves e Daniel Manzione Giavarotti.

O homenageado deste semestre é o filósofo italiano Domenico Losurdo, que perdemos em junho deste ano e que articulou como poucos uma obra de alta qualidade teórica com uma lúcida e ativa militância política. Seus escritos elevaram substancialmente a qualidade do embate ideológico em nosso tempo, como descreve Gianni Fresu. Ricardo Musse resenha quatro biografias de Karl Marx lançadas por ocasião dos duzentos anos do filósofo renano. A nota de leitura de Luiz Bernardo Pericás nos descreve as contribuições de Eleanor Marx e sua precoce combinação entre feminismo e luta de classes.

Para ilustrar este número, foram escolhidas obras de Sergio Sister que o editor da seção descreve como um “artista que desde o começo de sua carreira preocupou-se em produzir uma pintura sem representação nem alegoria – como falava Clement Greenberg –, de modo a libertá-la para ser um objeto autônomo. Esses conjuntos de obras aqui expostas formam instalações que por meio da repetição e das pequenas diferenças entre si levam o espectador a tentar entender o padrão lógico que operam, formando uma teia de direções e significados simultâneos. As possibilidades matemáticas são muitas. Desde o construtivismo russo sabe-se que é difícil produzir obras sem alegorias, mas Sister é exemplo de que é um caminho possível”.

Por fim, em meio ao deserto cultural e político que nos assola, nada como um poema do uruguaio Mario Benedetti para elevar os ânimos. É com “Por que cantamos”, traduzido e apresentado pelo editor especial de poesia Flávio Aguiar, que encerramos este número, “porque acreditamos nas gentes/e porque venceremos a derrota”.

Sumário da Edição


Entrevista
Moishe Postone, por Ana Carolina Gonçalves Leite e Daniel Manzione Giavarotti


Dossiê: a crise brasileira, determinações e perspectivas

A assim chamada “crise de representação, por Armando Boito jr.
O novo (e precário) mundo do trabalho no brasil: perspectivas para a década de 2020, por Giovanni Alves
Notas sobre autocracia burguesa, modernização reacionária e transição de longue-durée, por Antonio Carlos Mazzeo
A constituição na encruzilhada, por Gilberto Bercovici
Uberização e viração: mulheres periféricas no centro da acumulação capitalista, por Ludmila Costhek Abílio
 

Especial bicentenário Marx
A recusa de Marx da teoria do valor-trabalho, por David Harvey
Crítica da economia política na praia de plástico e o fetiche do capital no Antropoceno, por Elmar Altvater
A vigência (e a vingança) de Marx: o novo proletariado de serviços, valor e intermitência, por Ricardo Antunes
 

Artigos
O 1968 no coração do Império, por Marco Aurélio Santana
Pensamento feminino negro no Brasil: uma contribuição necessária para a transformação da realidade, por Carolina Pinho
Identidade, diferença e representação em Estação Perdido,
de China Miéville, por George Augusto Do Amaral
 

Homenagem
Domenico Losurdo: luta filosófica e revolução entre as duas Restaurações, Gianni Fresu
 

Documento
O pensamento de Ernesto Che Guevara, por Fernando Martínez Heredia
 

Resenhas
As novas biografias de Marx no Brasil, por Ricardo Musse
Espaço urbano, espaço de desintegração: as Cidades sitiadas de Stephen Graham, por Pedro Rocha De Oliveira 
 

Nota De Leitura
Eleanor Marx: questão feminina e luta de classes, por Luiz Bernardo Pericás
 

Poesia
Apresentação, por Flávio Aguiar
Por que cantamos, por Mario Benedetti