Televisão

Tecnologia e forma cultural

Raymond Williams

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Televisão
  • autor: Raymond Williams
  • tradutor: Marcio Serelle
    Mário F. I. Viggiano
  • prefácio: Graeme Turner
    Roger Silverstone
    Ederyn Williams
  • coedição: Editora PUC Minas
  • posfácio: Marcio Serelle
    Mário F. I. Viggiano
    Ercio Sena
  • orelha: Esther Hamburger
  • capa: David Amiel
título original:
Television. Technology and Cultural Form
edição:
1
selo:
Boitempo
páginas:
192
formato:
23cm x 15cm x 2cm
peso:
313 Gramas
ano de publicação:
2016
encadernação:
Brochura
ISBN:
9788575595046

Raymond Williams foi intelectual erudito e engajado com os desafios do seu tempo. Professor e escritor prolífico, contribuiu com jornais e revistas, entre as quais a influente New Left Review. Escreveu livros de fôlego que permanecem referências nas áreas da história e da sociologia da cultura. Seus estudos sobre a tragédia e o drama, disponíveis no Brasil, ajudam a pensar elementos que resistem e que se transformam ao longo dos séculos no teatro, no cinema, na televisão e nos meios digitais.

 

A bem-vinda edição em português de Televisão: tecnologia e forma cultural, obra clássica na área, originalmente publicada na Inglaterra em 1974, adensa a bibliografia disponível. O livro deve ajudar a tirar do lugar-comum o debate político-cultural candente em que a televisão muitas vezes figura isoladamente como vilã.

 

Em Williams, a televisão é tratada com rara sensibilidade crítica e desprovida de preconceito. No pensamento do autor, não há espaço para questões de valoração apriorística. O livro é escrito por alguém que contribuiu regularmente com o boletim mensal da BBC, que participou de programas de debate cultural na emissora e que teve peça de sua autoria montada na televisão.

 

A experiência de estranhamento do próprio autor para com a televisão com sotaque norte-americano é matéria-prima do livro, como ele mesmo relata. Arguto observador participante, Williams foi dos primeiros a pensar as diferenças entre dois modelos que permanecem paradigmáticos: o da TV pública inglesa e o da TV comercial estado-unidense. Essas diferenças dão substância à ideia de forma cultural em oposição ao que ele identifica como determinismo da tecnologia. Seu pensamento marxista elabora a noção de forma cultural de maneira a entender a especificidade de determinadas relações sociais em certos lugares e momentos históricos.

 

Parte de uma geração de pensadores ingleses que valorizou o estudo de diversas dimensões da vida cotidiana das classes trabalhadoras ao longo do tempo, Williams se diferencia no enfrentamento contemporâneo da indústria cultural. A noção de fluxo, pela qual seus estudos de televisão são mais conhecidos, é elaborada justamente neste livro. A abordagem de programas específicos não poderia deixar de levar em conta a sequência ininterrupta de programação, marcada pela promiscuidade entre gêneros e anúncios televisivos. Nesse início de milênio, a televisão se transforma na convivência com outras plataformas de captação e visionamento de imagens e sons; umas móveis, outras fixas; algumas que estimulam o autorregistro e a difusão de programação amadora. As transformações contemporâneas questionam os conceitos propostos por Raymond Williams. As inquietações desse autor, porém, continuam a nos desafiar.

 

[Trecho da orelha, por Esther Hamburger]