Teorema da expropriação capitalista
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autor:
Klaus Dörre
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apresentação e revisão técnica:
Guilherme Leite Gonçalves
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orelha:
Lena Lavinas
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quarta capa:
Ruy Braga e Virgínia Fontes
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capa:
Antonio Kehl
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apoio:
DFG-Kolleg Postwachstumsgesellschaften
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tradução de:
Cesar Mortari Barreira e Iasmin Goes
- edição:
- 1ª
- coleção:
- Mundo do Trabalho
- selo:
- Boitempo
- páginas:
- 248
- formato:
- 23cm x 16cm x 2cm
- peso:
- 400 Gramas
- ano de publicação:
- 2022
- encadernação:
- brochura
- ISBN:
- 9786557171639
Desenvolvido pelo autor ao longo dos anos e, hoje, amplamente discutido no mundo de língua alemã e inglesa, o teorema do “regime de expropriação capitalista” é ancorado nas contribuições de Rosa Luxemburgo e sua discussão acerca do estatuto da “assim chamada acumulação primitiva” em O capital, de Karl Marx. O autor formulou tal teorema para abordar como a expansão do modo de produção capitalista traz impactos notáveis para as reflexões que envolvem classes sociais, Estado e precarização.
Sua premissa é a de que o capitalismo é “uma economia de mercado que se autonega continuamente”. Para Dörre, o pensamento econômico liberal, baseado na ideia de concorrência e eficiência como ausência de coação e regulação, mascara tanto a dinâmica capitalista quanto a dimensão político-estatal de seu projeto. Se, de um lado, a própria economia ortodoxa reivindica o Estado como fórum que determina as regras do jogo, de outro, Dörre mostra que os atores de mercado operam com base em mecanismos de cooperação. Nesse sentido, o autor sustenta que a tese da economia pura de mercado desempenha função ideológica e estratégica (pois, em situações de crise, pode sempre atribuir a culpa ao erro da regulação existente e se manter eternamente válida). A partir desta crítica, Dörre conclui que a intervenção estatal é uma constante no desenvolvimento do capitalismo.
A obra é um conjunto de textos escritos pelo autor ao longo dos anos e apresenta uma chave de leitura sociológica para compreender os atuais fenômenos do capitalismo, notadamente em sua configuração financeira. Primeira compilação de Dörre lançada no Brasil, trata-se de uma análise inovadora, fundada em interpretações consistentes do marxismo e em pesquisas rigorosas, o que justifica seu amplo impacto internacional.
Trecho
“Existem alternativas? Crise financeira global, exaustão, bloqueios invencionais e pós-democracia mostram que o regime de expropriação do capitalismo financeiro provoca limitações intrínsecas. Tais limitações não foram criadas por movimentos de protesto, e sim por mecanismos centrais de funcionamento do sistema. Na medida em que isto se converte em conhecimento consciente dos grupos subalternos, surgem possibilidades de mudanças. Ao lado da exaustão e da resignação, surgem oportunidades, críticas, oposição e resistência. Até mesmo grupos precarizados são eventualmente capazes de revolta e protesto. Bloqueios invencionais podem causar um declínio econômico, mas também podem fortalecer os motivos para uma mudança política”.